Se tem algo que intriga meus pensamentos é como a maioria das pessoas são frígidas para romper um relacionamento, seja ele de amor, amizade, afeto ou consideração. Imagino que a maioria delas já chorou agarrada a um urso, um travesseiro ou um álbum de fotos depois de ouvir um “cansei de você”.
Já que relacionamentos normalmente demoram a começar, conseqüentemente, demorariam mais para acabar. Nos casos de amizade, por exemplo: duas pessoas se conhecem formal ou informalmente, ficam tímidas por um instante, mas logo trocam algumas idéias e quando se identificam, surge ali uma enorme amizade – de quando em quando, alguns casos viram “irmandade”. Mas se um dos amigos se aborrece já acaba tudo, arranja outro amigo e fica por isso mesmo. Mudemos para os casos de amor, que são mais curiosos ainda. Duas pessoas se cruzam e se tornam amigos. Depois de um tempo começam a sair juntos, se conhecem melhor e acham que foram feitos um para o outro. Vivem uma longa, ou curta, e linda história. E quando muitas vezes parece estar tudo bem, uma das partes, incomplacente de todo, diz que “não dá mais”. E uma frase dita em questão de segundos acaba com o que vinha acontecendo há um mês, um ano, ou quase uma vida inteira. É como um castelo de cartas, onde requer muita paciência e cuidado para ser erguido mas, em menos de segundos, qualquer desabrido e insolente é capaz de desmanchá-lo. Nos casos de amor, aquelas pessoas que apetecem a felicidade do casal são tão indesejáveis quando as leves brisas para o castelo de cartas. Elas não aparentam nenhum perigo, mas se estiver por perto, batendo por longo tempo, começam a cair as primeiras cartas e logo todo o castelo se desmancha – uma vez que é preciso de todas as partes para compor o todo e não comprometer a estrutura da construção, seja ela um castelo de cartas ou algum tipo de relacionamento.
A questão é: em qualquer relação, tem de se pensar nos dois. É fundamental trocar “eu” por “nós”. E se não estiver ao agrado de um, basta um mínimo de conversa. É possível resolver todos os problemas com um pouco de paciência, mas se não puder resolvê-los, a relação pode terminar de uma forma que não machuque ninguém. Construa seu castelo e proteja-o. Assim, poderá se apaixonar sem medo.
Minha autoria. 2010.
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